Nesta semana, a Câmara Municipal de Bom Jesus, no sul do Piauí, foi tomada por cerca de 100 moradores da comunidade Barrocão, localizada na zona rural próxima ao campus da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Com faixas e manifestações pacíficas, o grupo compareceu em peso ao plenário para exigir que o Legislativo avance na regularização fundiária da região.
A principal reivindicação dos moradores é a ampliação do perímetro urbano de Bom Jesus, o que permitiria a inclusão oficial da localidade do Barrocão dentro dos limites da cidade. Com mais de 250 habitantes e em constante crescimento, a comunidade ainda não é reconhecida oficialmente como área urbana, o que dificulta o acesso a serviços essenciais, legalização dos imóveis, financiamentos e investimentos públicos e privados.
Durante a sessão, Josivaldo Ribeiro de Sousa, representante da Associação de Moradores do Barrocão, usou a tribuna para relatar as dificuldades enfrentadas pelas famílias. Ele destacou que muitos residentes vivem na área há mais de uma década — alguns, há mais de 20 anos — e, mesmo assim, ainda não possuem escrituras ou documentação legal de suas propriedades.
Josivaldo também expressou preocupação com informações sobre um possível leilão da área por valores simbólicos, o que, segundo ele, ameaça diretamente a segurança jurídica das famílias que vivem no local há anos. Ele lembrou que os moradores vivem da agricultura familiar e da criação de animais, como galinhas, porcos, cabras e até gado, e contribuem de forma significativa para a economia local.
Em sua fala, reforçou o pedido por uma solução urgente:
“Pedimos sensibilidade desta Casa Legislativa e também do prefeito Nestor Elvas, para que não deixem essas famílias desamparadas. Vivemos sem iluminação pública adequada, e muitas instalações são feitas de forma improvisada, colocando a segurança da população em risco”, destacou. Ele concluiu enfatizando a disposição da comunidade em dialogar com os órgãos responsáveis para buscar uma solução justa e inclusiva.
A sessão foi conduzida pela vereadora Nisete da Costa, que está na presidência interina da Câmara em substituição a Clécio Batista, afastado por motivos de saúde. Ela manifestou apoio às demandas apresentadas e garantiu que o Legislativo local irá cobrar providências do Executivo Municipal. Outros vereadores também se pronunciaram de forma unânime em solidariedade aos moradores do Barrocão, reconhecendo a importância da causa e se comprometendo a acompanhar de perto o processo.