Bioma exclusivo do Brasil sofre com desmatamento e mudanças climáticas. Novos projetos querem proteger animais, plantas e comunidades da região.
O governo federal anunciou nesta segunda-feira (28) um investimento de cerca de R$ 90 milhões em ações voltadas à proteção da Caatinga, um bioma que só existe no Brasil e é essencial para a vida de milhões de pessoas e espécies animais. O anúncio foi feito em Brasília, durante um evento que comemorou o Dia Nacional da Caatinga.
Mas o que é a Caatinga?
E por que o governo está investindo tanto dinheiro nela?
A gente explica:
O que é a Caatinga?
A Caatinga é um tipo de vegetação encontrada apenas no Brasil, presente em cerca de 10% do território nacional. Ela cobre áreas dos estados do Nordeste, como Piauí, Bahia e Ceará, além do norte de Minas Gerais.
É uma região conhecida por ter pouca chuva, com vegetação que se adapta a esse clima seco, como cactos, árvores retorcidas e arbustos resistentes. Apesar disso, abriga uma rica variedade de animais, como a arara-maracanã, o lagarto teiú e vários tipos de morcegos.
Por que ela está ameaçada?
A Caatinga vem sofrendo há anos com o desmatamento, o uso excessivo da madeira (como lenha para cozinhar ou gerar energia) e os efeitos das mudanças climáticas, como o aumento da temperatura e da seca. Isso está levando muitas áreas à desertificação — ou seja, à transformação em verdadeiros desertos, onde a vida se torna quase impossível.
Quais são os investimentos anunciados?
Dois projetos principais receberão recursos:
-
Projeto Arca (Áreas Protegidas da Caatinga):
Foco na proteção de animais e plantas ameaçados, no apoio às comunidades locais e na boa gestão das chamadas unidades de conservação — que são áreas protegidas por lei.
O valor destinado a esse projeto será de aproximadamente R$ 55,7 milhões, vindos de um fundo internacional chamado Fundo do Marco Global para a Biodiversidade. -
Projeto Conecta Caatinga:
Esse projeto vai promover a união entre áreas protegidas, pessoas e fontes de água para evitar que a região fique cada vez mais seca. Também tem como objetivo ajudar a população local a se adaptar às mudanças no clima.
Serão investidos cerca de R$ 34,1 milhões, repassados pelo Fundo Global para o Meio Ambiente. O projeto deve começar no segundo semestre de 2025 e durar cinco anos.
E a desertificação? O que é isso?
Desertificação é quando o solo perde sua capacidade de produzir vida — como se a terra virasse um deserto. Isso pode acontecer por falta de chuva, mas também por culpa do ser humano: desmatamento, queimadas, uso errado da terra e retirada excessiva de vegetação nativa estão entre as causas.
Por isso, além de proteger, o governo quer recuperar áreas já degradadas e estimular uma agricultura mais sustentável, que respeite os limites da natureza.
Quem mais está envolvido?
Durante o evento, também foi empossada a nova Comissão Nacional de Combate à Desertificação. Pela primeira vez, esse grupo conta com representantes de povos indígenas e comunidades tradicionais — ou seja, pessoas que vivem há gerações na Caatinga e conhecem bem seus desafios.
E a COP30, o que tem a ver com isso?
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, lembrou que o Brasil vai sediar, em novembro, a COP30 — uma grande reunião mundial para discutir o clima. Ela reforçou o compromisso do país de zerar o desmatamento e reduzir em 67% a emissão de gases poluentes até 2035.
Segundo Marina, preservar a Caatinga é parte importante desse compromisso.
Conclusão
A Caatinga é única no mundo e está ameaçada. O investimento de R$ 90 milhões em projetos de proteção e recuperação é um passo importante para garantir que ela continue existindo — não só para os animais e plantas, mas também para milhões de brasileiros que vivem nela e dela dependem.
