O consumidor brasileiro está sentindo no bolso o aumento do preço da carne nos supermercados. E o motivo, segundo especialistas, é o crescimento das exportações — ou seja, a quantidade de carne que está sendo vendida para fora do país.
Quando os frigoríficos (empresas que abatem e processam a carne) aumentam suas vendas para outros países, sobra menos carne disponível no mercado interno. Com a oferta menor dentro do Brasil, os preços acabam subindo, principalmente nos cortes mais populares, como a alcatra, o patinho e o acém.
O que está acontecendo?
Nos últimos meses, o Brasil intensificou suas exportações de carne bovina, especialmente para países como China, Emirados Árabes e Estados Unidos. Essas nações pagam em dólar, o que torna a venda para o exterior mais lucrativa para os produtores brasileiros.
Como o dólar está valorizado em relação ao real, as empresas ganham mais dinheiro vendendo para fora. Isso faz com que priorizem os contratos internacionais, o que reduz a oferta no mercado nacional.
Por que isso afeta o consumidor?
É uma questão de lógica de mercado: quando um produto fica mais escasso, seu preço sobe. Com menos carne nos açougues e supermercados, o valor do quilo de vários cortes aumentou em diversas regiões do país.
Esse fenômeno é chamado de lei da oferta e da procura: quando a procura (demanda) continua alta, mas a oferta (disponibilidade do produto) diminui, o preço tende a subir.
O que dizem os especialistas?
Segundo economistas do setor agropecuário, essa alta pode continuar nos próximos meses, principalmente se as exportações se mantiverem em ritmo acelerado.
Além disso, fatores como o custo de produção — que inclui alimentação do gado, transporte, mão de obra e energia — também impactam o valor final da carne.
Outro ponto levantado por analistas é que os produtores brasileiros estão aproveitando o bom momento do mercado internacional após anos de preços mais baixos e restrições sanitárias. Agora, com a confiança dos compradores externos recuperada, as vendas para fora dispararam.
E o consumidor brasileiro?
Com a carne mais cara, muitas famílias têm optado por outras fontes de proteína, como ovos, frango e até produtos à base de soja. A situação preocupa, principalmente em regiões de menor renda, onde o consumo de carne já havia diminuído nos últimos anos.
O que pode ser feito?
Especialistas afirmam que, embora o governo tenha pouca influência direta sobre o preço da carne, é possível adotar políticas públicas para equilibrar o mercado, como incentivos à produção nacional e apoio à agricultura familiar.
Por enquanto, a orientação é pesquisar preços, diversificar o cardápio e estar atento às promoções.
Conclusão
O aumento no preço da carne é resultado de um fenômeno global: o Brasil está vendendo mais para outros países, o que diminui a oferta por aqui. Com menos carne nas prateleiras, o valor sobe — e o impacto é sentido diretamente nas refeições das famílias brasileiras.
