Recife, Brasil — Em um movimento estratégico que redefine o tabuleiro político de Pernambuco, a governadora Raquel Lyra oficializa sua filiação ao Partido Social Democrático (PSD), consolidando sua influência dentro da legenda mesmo sem assumir diretamente sua presidência estadual. O evento, que ocorre nesta segunda-feira (10), marca não apenas uma mudança partidária, mas também uma ampliação de sua base de poder regional.
Após anos de filiação ao PSDB, Raquel Lyra se une ao PSD sob a liderança nacional de Gilberto Kassab, ex-prefeito de São Paulo e articulador político de peso no cenário brasileiro. A migração não ocorre de forma isolada: antes mesmo de formalizar sua entrada no partido, a governadora já havia indicado pelo menos seis dos nove dirigentes estaduais da sigla, incluindo o secretário-geral, cargo agora ocupado por seu primo e aliado, André Teixeira Filho, presidente da Agência de Desenvolvimento de Pernambuco (Adepe).
A presidência do PSD em Pernambuco permanecerá com André de Paula, ministro da Pesca e aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A permanência de André no cargo foi um gesto de pragmatismo político, chancelado por Lyra, que busca fortalecer laços tanto com o governo federal quanto com lideranças locais.
Ao ingressar no PSD, Raquel Lyra reafirma sua posição como uma das figuras centrais da política pernambucana, pavimentando seu caminho para as próximas eleições e demonstrando habilidade na arte da coalizão. Seu movimento também sinaliza uma tentativa de fortalecer sua gestão estadual ao se aliar a uma sigla com maior musculatura política e orçamentária, fator crucial para a execução de projetos estruturantes em Pernambuco.
Embora não presida o PSD localmente, sua influência sobre a sigla é inegável. Ao garantir que aliados ocupem cargos-chave na estrutura partidária, a governadora assegura que sua voz e suas estratégias políticas ecoarão dentro do partido. Esse tipo de arranjo reflete um estilo de liderança que combina diplomacia e assertividade, característico de figuras que buscam não apenas ocupar espaços, mas também moldá-los conforme suas diretrizes.
A cerimônia de filiação, que acontece em um centro de exposições no Recife, é mais do que um evento partidário: trata-se de um marco na trajetória política de Raquel Lyra e um indício do próximo capítulo da política pernambucana. Em um momento em que alianças se tornam cada vez mais determinantes para a governabilidade, Lyra demonstra que sua visão vai além do imediato, posicionando-se estrategicamente para o futuro.