O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abordou nesta quarta-feira (19) as denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 33 pessoas, acusadas de orquestrar um golpe de Estado entre 2021 e 2023. Lula evitou comentar diretamente o teor das acusações, mas enfatizou que, caso os envolvidos sejam considerados culpados, terão de enfrentar as consequências legais.
“Eu não sou juiz, não sou promotor. O que eu defendo é que todos tenham direito à ampla defesa. Mas se forem culpados, terão que pagar pelo erro que cometeram”, declarou o presidente.
Entre as conclusões da Polícia Federal, um dos pontos mais alarmantes é a suspeita de que o grupo envolvido na trama golpista teria planejado assassinar Lula, o então vice-presidente eleito Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes. Lula citou os indícios sem se aprofundar, mas classificou as acusações como “graves” e disse confiar no trabalho da Justiça.
Bolsonaro nega acusações e fala em ‘denúncia fabricada’
Horas após a divulgação da denúncia, Jair Bolsonaro utilizou uma rede social para rebater as acusações e classificá-las como “vagas” e “fabricadas”. O ex-presidente afirmou ainda que “o mundo está atento ao que ocorre no Brasil” e sugeriu que há uma tentativa de criminalizá-lo injustamente.
A denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, aponta Bolsonaro como líder de uma organização criminosa que teria como objetivo a manutenção do poder por meio de um golpe de Estado. Ele é formalmente acusado de cinco crimes:
- Liderar organização criminosa armada;
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- Golpe de Estado;
- Dano qualificado por violência e grave ameaça contra o patrimônio da União;
- Deterioração de patrimônio tombado.
Caso seja condenado, Bolsonaro pode enfrentar uma pena de até 40 anos de prisão. Seus aliados políticos criticaram a denúncia e prometeram mobilizar esforços para contestar as acusações nos tribunais.
Enquanto isso, o caso se desenrola em meio a um cenário político polarizado, com setores do governo e da oposição atentos aos desdobramentos. A expectativa é que a Justiça defina os próximos passos do processo nas próximas semanas.